O curso de Medicina, de maneira geral, tem duração média de cinco a seis anos, sendo a carga horária divida entre estudos teóricos e também práticos. Assim como na maior parte dos cursos de graduação, depois de uma série de atividades em sala de aula, é no estágio que acontecem as atividades direcionadas aos estudos práticos. Esse período, que é obrigatório, no curso de medicina é chamado de internato.

Muitas pessoas que querem seguir a carreira médica não têm clareza sobre como funciona o internato, em que momento do curso ele ocorre e quais são as atividades e exigências dessa etapa. Pensando nisso, com o objetivo de sanar essas e outras dúvidas, elaboramos o texto a seguir para explicar para você o que é o internato e de que maneira ele acontece nos cursos de medicina. Confira!

O que é o internato?

O internato na faculdade de Medicina, nada mais é do que o estágio obrigatório que o curso precisa oferecer aos seus estudantes. Esse estágio passou a ser realizado durante a década de 1940, sob influência do modelo utilizado nos Estados Unidos. Inicialmente ele não era obrigatório no Brasil, contudo, em 1969, quase trinta anos depois de seu surgimento, essa realidade mudou e o internato passou a ser obrigatório, sendo oficializado e regulamentado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).

Essa etapa é muito importante para a formação médica, pois seu objetivo é inserir os alunos na prática e no cotidiano da profissão ainda quando estão estudando, podendo contar com auxílio de profissionais experientes. Depois de cumprir as disciplinas e conteúdos de medicina em sala de aula, é no internato que os estudantes terão a possibilidade de aprimorar aqueles conhecimentos, colocando-os em prática.

Como ele funciona?

Geralmente o internato acontece nos dois últimos anos da graduação. Nesse momento, os estudantes são divididos em alguns pequenos grupos para que juntos entrem em contato com as principais atividades médicas. Para conhecer o universo da futura profissão, os internos (estagiários de medicina) ficam durante todo o período do internato envolvidos em unidades de saúde, como hospitais, UBS’s ou ambulatórios, sejam eles da própria universidade ou então conveniados. Como o próprio nome sugere, nesse períodos eles ficarão totalmente vinculados a esses locais, muitas vezes deixando de frequentar salas de aula.

É importante entender que nesse momento os grupos de estudantes serão supervisionados por um Médico responsável e por um Residente. Dessa forma, embora os internos devam participar do cotidiano médico, eles não são ainda profissionais. Por conta disso, todas as decisões finais sobre os casos analisados devem ser tomadas pelos médicos e residentes que estão supervisionando os internos, mesmo que os casos sejam simples. O interno pode (e deve) sugerir soluções e diagnósticos, mas a palavra final precisa ser de um profissional já formado.

Qual a carga horária?

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), ao menos 35% da carga horária total do curso de Medicina deve ser dedicado ao internato. Desse tempo, 30% precisa ser voltado para o atendimento para Atenção Básica e em Serviço de Urgência e Emergência do SUS. Estas atividades precisam ser direcionadas a área da Medicina Geral de Família e Comunidade, no intuito de cumprir o papel social da medicina.

Os demais 70% do período de internato serão ocupados pelo atendimento em Clínica Médica, Cirurgia, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Saúde mental e Saúde Coletiva, no intuito de fazer com que o estudante conheça a realidade das diversas áreas da profissão. Com relação à rotina, o interno ao longo de suas atividades deve realizar plantões que poderão atingir até 12 horas diárias, com limite de 40 horas semanais.

Qual a diferença entre Internato e Residência?

Essa é uma dúvida comum de quem está estudando para cursar medicina. Embora as duas modalidades tenham o objetivo de inserir os estudantes na prática da profissão, a intenção de cada uma das atividades é diferente, assim como é diferente o que um interno pode fazer e o que um residente pode fazer. Enquanto um está nos últimos momentos para tornar-se um médico, o outro está buscando uma especialização.

Dessa forma, a primeira diferença é que a residência é opcional, já o internato deve ser realizado por todos os estudantes de medicina para poderem conquistar o diploma, ou seja, essa é uma etapa obrigatória para a formação médica. Além disso, embora durante essa etapa o interno possa atender pacientes, fazer exames e realizar procedimentos simples e complexos, todas as decisões que ele tomar precisam ser aprovadas por um profissional formado.

Já a Residência, diferente do que é um internato, é um modelo de pós-graduação. Ou seja, quem fará a residência já passou pelo internato e já é formado em medicina. O intuito da residência é especializar um médico em uma determinada área. Por exemplo, um residente que opte por pediatria terá atividades que façam com que ele aprofunde seus conhecimentos nessa área, conhecendo a enfermagem em pediatria, ambulatório em pediatria, cirurgia pediátrica, sala de parto, UTI neonatal, etc. Além disso, ao contrário dos internos, o residente tem a permissão para tomar decisões nos casos em que atua.

Qual faculdade oferece o internato?

Como dito anteriormente, essa é uma etapa obrigatória para a conclusão do curso de medicina, por isso toda faculdade deve oferecer a estrutura adequada para seus estudantes a realizarem. O ideal seria que todas as faculdades de medicina tivessem seu próprio hospital universitário, mas como isso não acontece, muitos cursos precisam recorrer a convênios para oferecer esse serviço.

Um ponto importante para notar é que, infelizmente, não existe remuneração para os estagiários de medicina. Isso ocorre porque o período não é compreendido como prática profissional, mas sim como etapa de formação educacional, de estudo. Dessa forma, por mais que o interno atue de forma prática, não receberá remuneração, assim como ocorre com as atividades em sala de aula.

Muitas pessoas se perguntam o que é o internato em medicina. Como você pode perceber neste texto, essa é uma etapa fundamental para a formação do profissional médico, uma vez que é nesse momento que o estudante entrará em contato com o universo cotidiano da profissão. Além disso, essa etapa é essencial pois nela o futuro médico poderá testar suas habilidades e conhecimentos com o auxílio de um profissional mais experiente, o que aprimora ainda mais a qualidade do serviço que será prestado por ele futuramente.

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