O Núcleo Ambulatorial do Campus Olivé Leite, vinculado à Universidade Católica de Pelotas (UCPel), proporcionará à comunidade da região atendimentos especializados em psoríase. Pacientes encaminhados pela Secretaria de Saúde do município serão atendidos no Campus localizado na avenida Fernando Osório, 1586. Ambulatórios piloto já foram organizados, a fim de estabelecer as dinâmicas de atendimento. O serviço será disponibilizado, duas sextas-feiras por mês, a partir de agosto.
A criação do ambulatório é motivada pela realidade na qual vivem os acometidos pela doença. “A população, historicamente, tem recebido um tratamento aquém do merecido e do disponível hoje em dia”, revelam os docentes da UCPel e dermatologistas responsáveis pelos atendimentos do ambulatório Joice Göebel, Ralph Vigh da Rosa e Hiram Larangeira, em nota enviada à Faculdade de Medicina.
No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), mais de 5 milhões de pessoas são afetadas pela psoríase — em Pelotas, são cerca de 14 mil. “A região sul é uma área desassistida”, comenta Joice. “Os pacientes ou estão marginalizados, sem o correto diagnóstico e tratamento, ou têm necessidade de irem para grandes centros como Porto Alegre”, complementa.
A médica ainda destaca a importância e a relevância da universidade para o futuro do projeto. “Enxergamos na UCPel um elo importante entre a comunidade acadêmica e a população”, discorre, Joice. “Por isso, temos planos de iniciar aos poucos um ambulatório especializado, para, em um futuro próximo, termos um serviço de referência que nossa região merece”, acrescenta.
Entenda a doença
A psoríase é uma doença inflamatória crônica, imunomediada e não contagiosa. Caracterizada por áreas vermelhas com descamação variável que podem ser localizadas ou atingir grandes áreas corporais, como couro cabeludo, unhas e áreas íntimas. As lesões, em geral, são acompanhadas de coceira, queimação e dor
As consequências da psoríase diminuem a qualidade de vida dos pacientes — há uma limitação física em decorrência das lesões e também um comprometimento emocional. A enfermidade pode provocar diferentes alterações na saúde geral do paciente, afetando articulações e aumentando riscos de doenças cardiovasculares ou de depressão e ansiedade, por exemplo.
Diante desta realidade, o ambulatório visa um atendimento multidisciplinar. Além do trabalho concomitante entre os três dermatologistas que encabeçam o projeto, outras atuações de áreas como Psicologia, Clínica Médica e Reumatologia estão previstas no atendimento. “Queremos criar uma ponte de atendimento a esses pacientes, de forma que eles já saiam da consulta com todos os aspectos da saúde atendidos”, conclui Joice.
Redação: Caroline Albaini