Medicina UCPel

Em meio a uma epidemia de dengue no Brasil, o Rio Grande do Sul enfrenta a maior catástrofe climática da sua história. Devido à grande quantidade de água trazida pela enchente, aumentam os casos de leptospirose – patologia manifestada pelo contato com a urina dos ratos. Por isso, a Secretaria Estadual da Saúde (SES), por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), quer instruir a comunidade sobre as diferenças entre os sintomas de leptospirose e dengue.

Essas duas doenças apresentam sintomas similares e podem confundir a população, conforme destaca o Centro de Vigilância. No entanto, existem algumas particularidades que tornam o diagnóstico das enfermidades mais fácil. Tanto a dengue quanto a leptospirose apresentam sintomas iniciais como dor de cabeça, febre alta e dor muscular. Contudo, é mais frequente que a dengue cause dor atrás dos olhos e nas articulações. Já a leptospirose é caracterizada pela sensação dolorosa na panturrilha e na região lombar.

Leptospirose
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados. O contágio pode ocorrer a partir da pele com lesões, ou mesmo em pele íntegra se imersa por longos períodos em água contaminada, além de também por meio de mucosas. O período para o surgimento dos sintomas pode variar de um a 30 dias. Os principais sintomas da leptospirose são: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial na panturrilha) e calafrios.

Dengue
A dengue é uma doença febril causada por vírus, caracterizada principalmente por febre alta de início rápido. Costuma apresentar mal-estar geral provocado pelos sintomas, que geralmente duram até sete dias. A principal forma de transmissão é pela picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti.

“A diferenciação se dá por uma análise detalhada, que leve em consideração a epidemiologia da exposição e evolução do quadro. Por isso, é importante que diante destes sintomas o paciente procure atendimento médico em sua UBS ou pelo teleatendimento disponível, para receber a orientação adequada,” destaca o professor e coordenador do programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Alexandre Moch. 

Além dessas duas, existem outras patologias relacionadas à enchente, como por exemplo o tétano, a hepatite A, as psicodermatoses e demais infecções cutâneas. Para sanar possíveis dúvidas quanto a elas, a Liga de Dermatologia do curso de Medicina da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), elaborou um guia com possíveis alterações dermatológicas acarretadas por inundações, como a vivida pelos gaúchos.                        

Para o presidente da Liga Acadêmica de Dermatologia da UCPel, José Eduardo Salbego, essa é uma demanda que surgirá nos próximos dias, por conta da exposição das pessoas às águas da enchente. “A gente acha muito importante diferenciar leptospirose, que é a próxima urgência que vai surgir na área da saúde e a dengue, que está sendo a atual demanda”, alerta o acadêmico.

Confira aqui o guia da Liga de Dermatologia.

Redação: Pedro Vargas