
A Dra. Regina Nogueira, pediatra e professora do curso de Medicina da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) participa, entre os dias 17 e 25 de outubro, em Roma (Itália), da 53ª Sessão do Comitê de Segurança Alimentar Mundial (CSA), promovida pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Representando o Fórum Nacional de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (FONSANPOTMA) e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), a docente leva a voz do Brasil ao debate internacional, compartilhando experiências e políticas de combate à fome e promoção de sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis.
Segundo a professora, a principal conquista destacada durante o encontro é a saída do Brasil do Mapa da Fome pela segunda vez, resultado de políticas públicas que fortaleceram a agricultura familiar, garantiram renda às famílias e ampliaram o acesso a alimentos de qualidade. “Garantir comida na mesa é o primeiro e mais poderoso remédio para a saúde de uma criança”, afirma.
Para a docente, o tema da segurança alimentar está diretamente ligado à pediatria e à promoção da saúde infantil, já que uma alimentação adequada contribui para o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional das crianças. “Uma criança bem alimentada tem mais chances de aprender, se desenvolver plenamente e crescer com saúde”, reforça.
Durante o evento, a delegação brasileira defende a importância de sistemas alimentares resilientes, que valorizem a produção de comida vinda da agricultura familiar e dos povos tradicionais, em contraposição aos ultraprocessados. A professora destaca que essa abordagem não apenas previne doenças como obesidade infantil e diabetes, mas também reconecta as crianças com a natureza e a cultura alimentar brasileira.
Outro ponto enfatizado é a necessidade de proteger os sistemas alimentares indígenas e tradicionais, reconhecendo-os como pilares da biodiversidade e da soberania alimentar nacional. “Defender esses modos de produção é um ato de reparação histórica e de promoção da saúde pública”, pontua.
A docente também ressalta o papel de programas brasileiros, como o Bolsa Família e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que contribuem para a redução da insegurança alimentar e o fortalecimento das economias locais.
“O Brasil tem mostrado que é possível unir políticas sociais, geração de renda e sustentabilidade. A nossa presença aqui reafirma que comida de verdade é o futuro da nossa infância”, conclui.
O Comitê de Segurança Alimentar Mundial (CSA) é uma plataforma internacional que reúne governos, sociedade civil, agências da ONU e especialistas para discutir e propor políticas globais de segurança alimentar e nutricional.
Redação: Lizandra Vilela