Com um mercado cada vez mais competitivo, estudar além da graduação passou a ser um requisito básico em algumas áreas de atuação. Isso não é diferente para quem faz Medicina, pois além da graduação e da residência, há possibilidades de ampliação do conhecimento por meio de uma pós-graduação lato sensu ou stricto sensu.
Uma dúvida muito comum é a diferença entre esses tipos de qualificação. Basicamente, lato sensu refere-se às especializações, enquanto o stricto sensu está relacionado aos cursos de mestrado e doutorado.
Existem algumas diferenças na Medicina, mas de uma maneira geral, o primeiro tipo de curso é mais direcionado ao mercado de trabalho, enquanto o segundo foca na carreira acadêmica. Mas atenção: isso não é regra!
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O que é a pós-graduação lato sensu?
Literalmente, lato sensu quer dizer em sentido amplo, ou seja, é uma especialização voltada para a atuação no meio profissional dentro de uma área específica. O principal objetivo é a atualização e o aperfeiçoamento do profissional, por isso as aulas são mais relacionadas à prática no mercado.
Na Medicina existe, além da diferença entre lato sensu e stricto sensu, a residência, que é na prática o curso que confere ao médico o título de especialista em uma área. No caso da especialização lato sensu, ela serve como uma certificação de competência na aplicação de métodos e procedimentos. Sem a residência médica não se pode denominar o profissional como especialista.
Algumas das especialidades relacionadas à área da saúde são:
- administração hospitalar;
- gestão de clínicas;
- cosmetologia e estética;
- farmácia;
- análises clínicas etc.
O que é a pós-graduação stricto sensu?
A pós-graduação stricto sensu é voltada para o âmbito acadêmico, em que o estudante é visto como pesquisador de uma área limitada dentro de uma área maior e específica, buscando aprofundar e “zerar” as possibilidades de certos acontecimentos. Mais uma vez, é necessário destacar que isso não impede o pesquisador de atuar no mercado de trabalho.
Um exemplo de pós-graduação stricto sensu em Medicina é o mestrado profissional em saúde no ciclo vital. O curso é dividido em diferentes linhas de pesquisas, podendo o pesquisador atuar na área de seu maior interesse. São elas:
- saúde gestacional e puerpério;
- desenvolvimento infantil;
- estratégias preventivas em saúde do ciclo vital;
- estratégias preventivas em saúde mental;
- avaliação psicodiagnóstica e intervenções breves em saúde mental.
As linhas são diferenciadas, com isso, o estudante tem uma gama de opções bem ampla. No nível de mestrado existem dois tipos: o acadêmico e o profissional. No segundo caso, apesar do objetivo ser o sentido estrito da pesquisa, há mais preparo para o mercado em relação ao primeiro, que é voltado para a atuação em sala de aula.
Ainda em relação à formação científica dos médicos, existe uma preocupação quanto ao tempo dedicado ao estudo formal, como veremos. Nesse sentido, também há uma particularidade em relação ao doutorado nessa área.
Além dos programas de mestrado e doutorado tradicionais, foram criados os programas de MD-PhD, inspirados no modelo americano e disponível em algumas universidades públicas brasileiras.
Qual é a diferença entre os tipos de pós-graduação?
Além da diferença em relação às possibilidades de atuação, em que quem procura uma especialização está mais preocupado com a carreira no mercado de trabalho, enquanto o pós-graduando stricto sensu está focado na pesquisa e na carreira acadêmica, outras diferenças pontuais devem ser levantadas. Vejamos!
Processo seletivo
Os processos seletivos podem mudar de acordo com cada universidade. Geralmente, os de cursos lato sensu apenas exigem o diploma no ensino superior para realizar a matrícula, até porque muitos de seus cursos são ofertados a distância.
Os mestrados e doutorados, em grande parte, contam com processos mais longos e complexos, com a apresentação de projeto, a realização de provas e entrevistas. As vagas também são mais limitadas.
Duração
As especializações devem ter a duração mínima de 360 horas, já a pós stricto sensu pode durar entre 2 e 5 anos, dependendo da área e do nível de titulação.
Corpo docente
No mestrado, os professores têm formação mínima de mestre, assim como no doutorado a titulação mínima dos docentes é de doutor. Na especialização, outros especialistas podem ministrar disciplinas, mas há uma porcentagem mínima de professores com diplomas de stricto sensu exigida pelo MEC (Ministério da Educação).
Titulação recebida
O título de especialização é um certificado, não considerado como um diploma, enquanto o mestrado e doutorado conferem diplomas de mestre e doutor após a aprovação em banca na defesa de dissertação e tese, respectivamente.
É importante reforçarmos que, para fazer uma pós-graduação stricto sensu, não é necessário ter um certificado de lato sensu. Em ambos os casos a graduação é exigida, e no caso de doutorado, é desejável ter o diploma de mestrado.
Avaliação
Assim como os cursos de graduação, a pós-graduação também é submetida à avaliação do MEC, mas no nível lato sensu, geralmente essa é uma nota dada de maneira ampla à instituição ou ao programa de pós, enquanto os cursos stricto sensu são avaliados separadamente — mais parecido com o que acontece com o nível superior.
Como escolher a melhor opção?
A escolha depende muito dos seus interesses pessoais e profissionais, por isso não pode ser baseada apenas no fato de ser uma qualificação a mais no seu currículo. São anos de dedicação e aquisição de novos conhecimentos, que são importantes para o crescimento na carreira.
Você precisa considerar a possibilidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos, verificar como anda o mercado para tais profissionais e a sua disposição para continuar estudando.
Na Medicina, por exemplo, a graduação tem duração mínima de 6 anos, mais pelo menos 2 anos para a residência médica — que é diferente dessas qualificações. Fazer uma pós-graduação lato sensu ou stricto sensu deve ser algo planejado, além de realmente necessário para a sua carreira.
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